segunda-feira, 11 de outubro de 2010

As preferências nacionais

Pesquisa revela os hábitos alimentares dos brasileiros

Acaba de ser concluído um dos maiores levantamentos já feitos sobre os hábitos alimentares dos brasileiros. A pesquisa, realizada pelo instituto Toledo & Associados em parceria com a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), ouviu 2.100 pessoas em dez capitais – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém e Brasília. Uma constatação surpreendente é a de que o prato principal não mudou nas últimas décadas. Apesar da urbanização, da vida agitada e da maior oferta de alimentos industrializados, a combinação do dia-a-dia continua sendo arroz, feijão, carne e salada em todas as regiões do país e em todas as classes sociais – o mesmíssimo cardápio de nossos avós. De modo geral, os pratos regionais só vão à mesa no café-da-manhã e nos fins de semana. "O resultado da pesquisa foi uma surpresa, pois esperávamos que houvesse mais influências regionais e alimentos industrializados nas refeições", diz Francisco José de Toledo, diretor-presidente da Toledo & Associados.
Apesar da insistência dos médicos, é pequena a adesão à chamada dieta saudável, aquela com pouca gordura e muita verdura, legumes e grãos integrais. Menos de 15% dos entrevistados no levantamento consomem produtos rotulados de light ou diet. Os pratos congelados ou semiprontos, vendidos em supermercados, também entram pouco na dieta da população. "Mesmo com a falta de tempo dos moradores das metrópoles, as famílias preferem cozinhar suas refeições a esquentar o prato pronto no microondas", afirma a antropóloga Lívia Barbosa, da Universidade Federal Fluminense, uma das coordenadoras da pesquisa. Na opinião da maioria dos brasileiros, a comida ideal é a caseira, feita com ingredientes frescos e temperos naturais.
Alguns hábitos do cotidiano mudaram de maneira significativa nas últimas cinco décadas. O almoço em família praticamente desapareceu. Mesmo aos sábados, quando em teoria todo mundo está em casa, cada um come num horário. Refeições em família só ocorrem realmente aos domingos. Apesar disso, a maior parte dos brasileiros considera o jantar como um momento em que a família se reúne – não em torno da mesa, mas da televisão. O levantamento também constatou que a população se preocupa, sim, com o excesso de peso e com a obesidade. Só que o prazer de comer e das porções fartas ainda fala mais alto.



Extraído de VEJA on-line

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